terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

AS MARCAS DOS GIGANTES DA FÉ


‘’Crentes eram pendurados em cordas de cabeça para baixo e açoitados tão severamente que seus corpos balançavam de um lado para o outro sob a força das pancadas. Eram colocados em refrigeradores tão frios que se formavam uma camada de gelo na parte interna. Eu próprio fui jogado em uma dessas celas, com bem pouca roupa. Até hoje algumas vezes não suporto abrir um refrigerador.’’
Rev. Richard Wurmbrand

‘’Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho.Sereis odiados de todos por causa de meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.’’ Mc 13.9,13

Recordo-me que quando li, já faz alguns anos, pela primeira vez o best-seller “ Torturados por Amor a Cristo’’ de autoria do Rev. Richard Wurmbrand, chorei copiosamente. Aliás, todas as vezes que volto a examinar essa obra profundamente espiritual, meus olhos se enchem de lágrimas.Vejo-me um pequeno anão na Fé, diante de gigantes do Evangelho na História da Igreja de Cristo. Envergonho-me em viver num mundo ocidental cujo Cristianismo tem sido manchado pela teologia da prosperidade, pelos múltiplos escândalos nas lideranças “cristãs’’, cada vez mais competitivas no mercado gospel, e por numerosos templos religiosos cheios de pessoas vazias de Deus que egoisticamente só se preocupam em alcançar a “ benção’’, esquecendo-se do Dono da benção.

Envergonho-me em ver uma geração analfabeta da Bíblia que corre atrás dos shows gospel e seus ídolos, enquanto milhares de cristãos no Oriente estão sendo perseguidos e martirizados. Permita-me, meu amigo(a), compartilhar o testemunho de um cristão cujo sofrimento por amor a Cristo, edifica milhões de vidas ao redor do mundo, inclusive a minha.

Consta em sua bibliografia relatada na obra supra citada que: “o Rev. Richard Wumbrand passou 14 anos como prisioneiro dos comunistas, torturado em sua própria terra, a Romênia. Em maio de 1966 chegou a testemunhar em Washington perante a Subcomissão de Segurança Interna do Senado Americano, ocasião em que tirou a camisa para mostrar aos presentes dezoito profundas cicatrizes provocadas pelas torturas físicas recebidas. Sua história foi levada a todo o mundo pela imprensa livre dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia. Líderes cristãos tem-no considerado o “Mártir Vivo’’ , o “Paulo da Cortina de Ferro’’ e “a voz da Igreja Subterrânea’’. Creio que essas credenciais já são suficientes para nos conduzir a reflexão sobre o tipo de Cristianismo que estamos vivendo em terras brasileiras. Será que a Igreja Evangélica em nosso país está preparada para exercitar um mesmo nível de fé e fidelidade, que a Igreja Perseguida sustenta nos países declaradamente hostis ao Evangelho de Cristo? Pense nisso.

Sabemos que a perseguição aos cristãos é um fenômeno que ocorreu em toda a história do Cristianismo, desde o seu nascimento, sob o judaísmo, passando pelos primeiros séculos, sob o Império Romano, e chegando até os nossos dias. A Bíblia diz que todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido (2Tm 3.12). Paulo diz: “A vós foi dado o privilégio não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Fp 1.29).O versado autor cristão, Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu artigo ‘’Como ser um cristão fiel até a morte’’ relata que Dietrich Bonhoeffer enforcado no campo de concentração de Flossenburg na Alemanha, em 9 de abril de 1945 escreveu que o sofrimento é o sinal do verdadeiro cristão. Enquanto estamos aqui, muitos irmãos nossos estão selando com o seu sangue a sua fidelidade a Cristo.

Por isso, deixemos de viver um Cristianismo egocêntrico, superficial e mesquinho. Aprendamos com Paulo, as pisaduras do Mestre quando diz: ‘’ Ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus’’(Gl 6.17). Querido(a), quais são as suas marcas espirituais que testificam o seu amor por Ele? Tens alguma? Pense nisso e que o Senhor te abençoe ! ‘’ Em Deus faremos proezas…’’

Pastor Maurício Price

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