Juntos, a cruz e o sepulcro vazio, formam o âmago da História e a maior demonstração das qualidades que fazem de Deus ser Deus. Vemos aqui a sua misericórdia para com a humanidade indefesa, sua graça estendida aos que não podiam jamais com seus próprios meios conseguir ou comprar a redenção, sua justiça, que não poderia deixar passar o pecado sem o pagamento da pena, e sua sabedoria, que traçou um plano pelo qual os pecadores culpados poderiam tornar-se justos (sem culpa), sem comprometer nem a sua justiça nem a sua santidade. Aqui, também, vemos o seu poder soberano para realizar o seu propósito, apesar da oposição acirrada de Satanás.
Acima de todas as demais coisas, a cruz é a maior prova do amor de Deus. O homem da cruz é o próprio Filho a quem Deus amou tanto que desejou que outros filhos se assemelhassem à sua imagem, "a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8:29). Na cruz está "o Verbo", que estava com Deus no princípio, que era Deus e que "se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1:14).
Na cruz, por fim, o descendente da mulher esmagou a cabeça da serpente. Ele cumpriu todas as profecias que se relacionavam com a redenção da humanidade. Quando sua carne se rasgou, também se rasgou o véu do templo, simbolizando que o caminho para o verdadeiro Lugar Santo, a habitação de Deus, estava agora aberto para a humanidade. Aí se tornou possível a completa reconciliação entre Deus e a criação que dele se alienou.
Na cruz aconteceu o verdadeiro sacrifício de que todos os demais eram apenas símbolo. O Filho que estava prestes a morrer é aquele que "Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3:25-26). Não é de admirar que Jesus tenha exclamado ao morrer: "Está consumado".
"Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! . . . Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém." (Romanos 11:33,36).
- por Sewell Hall
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