sábado, 14 de janeiro de 2012

TRÊS HOMENS, DOIS CAMINHOS, UMA ESCOLHA

“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós na verdade com justiça, recebemos o castigo que os nossos pecados merecem; mas Este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no Teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” Lucas 23:39-43

Havia dois caminhos que saiam de Jerusalém. Um deles descia para Jericó e o outro subia em direção ao Gólgota. Ao longo do primeiro os marginais viviam sua vida corrupta roubando, violentando e aterrorizando inocentes viajantes. Ao longo do segundo, estes mesmos marginais pagavam o preço de sua vida errada, carregando uma cruz para serem mortos no topo da montanha. O lugar era chamado o “Monte da Caveira” porque era ali que os delinquentes eram executados.

Naquele tempo não existia maneira mais humilhante e cruel de se punir uma pessoa. Nem a moderna cadeira elétrica, a guilhotina, as câmaras de gás, ou a forca podem ser comparadas com a desgraça e o miserável sofrimento que suportava o marginal lá pendurado. Eram minutos e horas, morrendo lentamente na cruz. De dia o sol queimava sem piedade suas carnes; à noite então, o vento gelado da montanha congelava o corpo enfraquecido do moribundo.

A morte na cruz era o símbolo da morte do pecador que vai morrendo lentamente, atormentado pelo sol da culpabilidade ou pelo frio gelado da consciência, sempre afligido e gritando interiormente: “Você não presta! Você nunca conseguirá sair daqui! Tudo o que você merece é a morte!”.

Havia momentos em que o condenado implorava pela morte. Era preferível morrer a viver morrendo. Você já se sentiu assim alguma vez?

Três cruzes levantavam-se lá no topo da montanha, e três transgressores estavam ali prontos a morrer. Os ladrões tinham quebrantado a lei de Roma. Jesus, a lei de Jerusalém. Eles tinham quebrantado a lei de Deus. Jesus tinha apenas violado a tradição. O legalismo nunca perceberá a diferença.

No meio daquelas cruzes, pendia Jesus, supostamente o pior dos três. Você já pensou no significado daquela morte? A missão de Jesus tinha sido sempre a de salvar pecadores. Viveu com eles, procurou-os onde estavam e achou-os, amou-os, perdoou-os, transformou-os e agora morria entre eles. Ele passou as últimas horas de sua vida na companhia dos pecadores, não com os cidadãos que se julgavam bons e direitos, mas com ladrões, assassinos, marginais tão cruéis que tinham sido pregados na cruz para morrer como bestas do deserto, exterminados como animais selvagens porque o mundo tinha perdido a esperança de reforma-los.

A crucificação revelou o que há de pior no coração humano, concentrando toda sua vileza e ódio na pessoa de Jesus. Lá na montanha do Calvário,três homens olhavam um para o outro no momento da morte. Parte da tortura era contemplar a agonia do homem ao lado.

De repente, um deles olhou pra Jesus e disse: “Senhor, se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós também.” Ele mantinha seu orgulho e justificação própria. Na realidade ele estava dizendo: “Você não é melhor do que eu. Você precisa tanto de ajuda como eu, precisa ainda mais porque você está no meio. Você diz q é filho do rei de Israel, quero ver se você consegue fazer alguma coisa agora.”

Você já percebeu que enquanto Cristo acreditava nos homens, estes sempre duvidaram dele? O ladrão disse: “Se tu é o Cristo, salva-te!” Os sacerdotes disseram: “Se tu é o Rei, desce!” Satanás disse: “Se tu és o filho de Deus, lança-te!” Mentes arrasadas pela dúvida sempre reclamaram uma demonstração de poder, como se o poder fosse capaz de fazer o que já não foi feito pelo amor.

O anelo supremo do ser humano sempre foi o de se ver livre do sofrimento. “Salva-te a ti mesmo e a nós também”, pedimos. Nós escaparíamos da crucificação se pudéssemos, mas Jesus sofreu sozinho pelo povo que amava, por aqueles que dele escarneciam. Jesus não castigou aquela falta de fé. Apenas pediu perdão para aqueles que zombavam dele.

E esta atitude acendeu a esperança em um dos ladrões. “CLARO” – pensou ele – “se o perdão é para os que o estão crucificando, ele pode ser pra mim também!”

Perceba que as suas primeiras palavras não são um pedido de perdão e sim de defesa para Jesus. Olhando para o outro ladrão disse: “Você não tem medo de Deus estando na mesma situação que ele? Nós pagamos justamente pelos nossos erros, mas este homem não fez nada de errado.” Era verdade, ele não tinha feito nada de errado. Mas estava ali pendurado entre o presente e a eternidade.

O arrependido ladrão reconheceu sua culpa: “Nós com justiça sofremos.” Ele admitiu que era pecador e que precisava de ajuda, e estava disposto a procura-la, mesmo que fosse na última hora da sua vida.

O primeiro ladrão acusou Jesus de ser tão culpado quanto ele. O segundo rejeitou o orgulho e a justiça de seu colega, declarando: “Este não fez nada de errado.” E arrependido, agora suplicou: “Senhor lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Veja o homem agonizante falando para o Deus-homem em agonia. Veja como o ladrão arrependido dá a Jesus outra oportunidade de realizar aquilo pelo qual o Senhor deixara o Céu – SALVAR PECADORES DA ETERNA PERDIÇÃO.

O ex-ladrão não pediu liberação de seu sofrimento ou vingança contra os seus carrascos. Ele disse: “Lembra-te de mim.” O que havia em seu passado que valesse a pena lembrar? Crimes, desonestidade? Realmente não havia nada que valesse a pena lembrar, contudo ele disse: “Lembra-te de mim”; porque embora ele não tivesse um bom passado, ele tinha um presente, e nesse presente ele aceitou por fé aquele Deus-homem que estava morrendo a seu lado. Ele creu, percebeu a miséria de seu passado e arrependeu-se. Foi o único homem que teve fé no agonizante salvador nessa hora terrível e, apesar de estar envolto pelas sombras da morte, olhou para Jesus e pensou: “Senhor, tu és minha salvação!”

Quando tudo parecia perdido, quando até os discípulos de Jesus tinham perdido a fé, este estranho na cruz ACREDITOU. Esse é o maior testemunho de fé e a maior história de conversão já visto. Muitos creram no Cristo dos milagres, do alimento multiplicado e dos atos extraordinários, mas só o ex-ladrão acreditou que a vida poderia vir daquele Ser agonizante e enfraquecido.

A fé desse homem animou Jesus naquela hora tenebrosa e encorajou-o a continuar sua missão. Luzes saíram da escuridão e iluminaram o cenário. E a paz repousou sobre o rosto de ambos na cruz. Até aquele momento três homens estiveram morrendo sozinhos. Depois disto só um deles ficou sozinho, os outros dois morreram juntos.

Embora todas as posses tivessem sido tiradas dos condenados, ninguém podia tirar do ex-ladrão o poder da fé, e ninguém podia tirar de Jesus o poder do perdão. Agora veja como a fé do homem arrependido alcança outros em meio à multidão. Através de sua conversão, o centurião encarregado da crucificação também se converte. Aqui está a essência do plano de salvação: Jesus oferece perdão, um ladrão aceita, e seu testemunho leva o centurião a aceitar também a Jesus. Quantos mais terão aceitado a Jesus naquela ocasião? Só Deus e a eternidade o dirão.

Agora, da cruz – símbolo de ofensa e vergonha – vem à certeza da salvação. “Hoje’’, disse Jesus, ‘‘apesar de meu aparente fracasso, Eu te prometo que ainda hoje estarás comigo no paraíso.”

O primeiro ladrão pediu pra ser liberado do castigo que seus erros mereciam e morreu em seus pecados. O segundo aceitou o castigo terreno, mas achou libertação da morte eterna.

Dois caminhos saíam de Jerusalém. Um para Jericó e outro para o Calvário. No caminho que vai para o calvário, um homem voluntariamente e por amor tornou-se vítima e pagou com sua própria vida o preço da culpabilidade do ladrão. Não gostaria você também de olhar para o Calvário e exclamar: “Senhor, tu és minha escolha!”


Com amor e respeito; Cris Araújo.

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